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Alerj promove Fórum para discutir a situação das instituições de ensino do RJ

O evento reuniu reitores, pró-reitores, parlamentares e representantes docentes e estudantis

“Quando se ataca o orçamento das universidades federais se coloca em risco todo esse tipo de atividade que nós temos como compromisso com a sociedade brasileira”, assinalou Eduardo Raupp, Pró-Reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças (PR3/UFRJ) no Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico, realizado pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que aconteceu na primeira quinzena de julho ainda no recesso legislativo. 

Com 65 mil estudantes de graduação, 13 mil servidores entre professores e técnicos administrativos e com uma força de trabalho de quase 3 mil terceirizados, Eduardo Raupp contextualizou que mesmo com os cortes orçamentários, a UFRJ expandiu suas atividades e destacou a participação decisiva da universidade no combate à pandemia, desenvolvimento de vacinas, laboratório de testes e detecção que agora já atua na questão da varíola dos macacos, declarada emergência de saúde global pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no último sábado (23/07). 

Orçamento encolhido

São quase 12 milhões bloqueados. A verba destinada para 2022 caiu de R$ 329,2 milhões para R$ 317,2 milhões. De 2015 a 2022, portanto, nos últimos 7 anos, o orçamento da UFRJ encolheu mais de 50%. Em entrevista concedida pelo Pró-Reitor da PR3/UFRJ, Eduardo Raupp ao RJ TV, caso não haja reversão do corte que aconteceu, a única alternativa será paralisar contratos e suspender atividades. “A gente não tem nem capacidade de endividamento, nem de levar contratos para pagar no ano que vem. A gente realmente precisa evitar que a universidade fique insolvente. E a única forma de fazer isso talvez seja suspender o funcionamento de algumas áreas”, declarou em entrevista.

De acordo com Raupp, o tipo de corte feito esse ano inviabiliza qualquer condição de remanejamento com os contratos já em andamento, prejudicando, ainda, o pagamento de luz, de água e de insumos para pesquisa. Reitores de outras instituições federais do Rio de Janeiro também se manifestaram na reportagem apontando a dificuldade de viabilizar as universidades, já que a proposta de orçamento para 2023 também aponta corte nos recursos. 

Impacto em políticas públicas

Segundo Raupp, não serão apenas as aulas que sofrerão impactos: “Certamente terá muita perda em relação às atividades de pesquisa, muitos projetos poderão ser interrompidos e a gente sabe que na pesquisa uma interrupção não é reversível. Você perde insumos, perde experiências. E depois você não recupera mais. A UFRJ tem um complexo hospitalar com nove unidades, quatro delas muito grandes, completamente inseridas numa rede de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e que dependem do orçamento da UFRJ para funcionar”. 

Um terço do orçamento da universidade, cerca de 80 milhões de reais, é destinado à manutenção dessa rede hospitalar, pagando despesas de água, luz, segurança e uma série de outros serviços que garantem o funcionamento e o atendimento à população. “Não há outras fontes de financiamento disponíveis e isso vai impactar diretamente o atendimento da população, cancelamento de cirurgias, fechamento de alas”, alertou Raupp.

Assista à reportagem da TV Alerj cobrindo o Fórum.